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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fomão


Suado, o homem foge
Assustado, ele reza
A lei é dona da vida
O mendigo é o dono da fome
A tarde cai, o frio também
A luta começa
O homem se desespera
Enforcado com a espera
Ilude-se: nem o pão mofado
É alicerce como o entorpecente
O alimento, inexistente
Sangue, veia doente
Não agüenta a corrida
Escapar da tortura não adianta
Inflamado de esperança
O homem bom se engana
Ele é corroído com o ar seco
Ao Comer a lama do sapato ilustrado
Da polícia opressora que de lado
Faz da violência pressuposto para o ato
De revoltar o marginalizado
Confundindo o crime com o verme
Que o bucho do moço alimenta
Que da droga a anemia se sustenta
E pelo reflexo do café frio
A tristeza se apresenta.

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